Sobre a vida...

Faz algum tempo que não passo aqui no meu blog, mas desta vez não vou colocar a culpa na preguiça. Aconteceram tantas coisas na minha vida nestes últimos dias que até agora estou meio perdida, sem saber por onde recomeçar.

No começo de junho descobri que estou esperando um bebezinho. Não corri prá contar aqui no blog, porque preferi guardar isso apenas para poucas pessoas. Ano passado perdi um bebê logo no começo da gravidez, e por isso quis esperar passar o primeiro trimestre, e aí poder contar prá todo mundo.

Então, o bebê está ótimo. Cresce a cada dia dentro de mim, e isso é uma felicidade sem tamanho. É um sonho realizado. Domingo passado entrei na 12a semana e finalmente saí do temido primeiro trimestre.

Mas estes meus dias não foram só de alegria. No meio de tanta felicidade uma tristeza que parece não ter fim também chegou aqui. Domingo, dia 11, minha mãe faleceu.

E foi uma coisa muito, muito de repente, que pegou todos nós de surpresa. No sábado ela teve um dia intenso, cheio de alegria, se divertiu, e foi dormir. Mas aí, no domingo, não acordou. Nos falamos no sábado a noite, ela estava super animada, conversamos bastante tempo, e aí, no dia seguinte, seu coração parou. E eu nem estava lá, nos vimos pela última vez no final de abril. Nos falávamos pelo telefone várias vezes ao dia, mas eu queria tanto, tanto poder ter dado um abraço apertado e um beijo nela.

É muito complicado entender os caminhos que Deus escolhe para nossas vidas. Tem certas coisas, como esta, que acredito que devemos apenas aceitar e ponto. Se formos ficar questionando, é capaz pirarmos sem saber as razões.

Minha mãe era nova, linda, decidida, cheia de vida. Cheia de vida e gostava de viver. Estava feliz que ia ser avó pela primeira vez, mas não pode ver a chegada do seu netinho. Enfim, para mim ainda é muito díficil falar sobre isso. Não sei se essa dor vai passar um dia. É uma saudade doída, que machuca demais.

Meu pai, minha irmã e eu, sabemos lidar bem com a morte. Sei que minha mãe agora está com Deus, tem a vida eterna, isso não nos preocupa. Mas o que está doendo é a saudade. É saber que não vamos mais nos ver, não vou ouvir sua voz várias vezes ao dia. É o vazio que se abriu dentro dos nossos corações. É ver que meu pai perdeu o amor da sua vida, é ver minha irmã sem saber por onde recomeçar. É tentar ajudar e não ter muito o que fazer. É lembrar das nossas histórias e pensar que agora estaremos sem ela do nosso lado. À ela eu agradeço tudo o que eu sou hoje. E também agradeço pela família maravilhosa que ela, junto do meu pai, me deu de presente.

Então é isso. Durante pouco mais de seis semanas vivi o que eu posso chamar de felicidade plena. Minha família toda feliz, curtindo comigo um momento que esperei tanto, a minha gravidez. Cheguei até a falar com o Kiko que eu nem sabia se merecia tanta felicidade. E agora, provavelmente nunca mais terei esse sentimento pleno novamente. Porque, por mais feliz e importante que seja o momento que estiver passando, sempre irá faltar uma pessoa, a minha melhor amiga, a minha mãezinha, aqui do meu lado.

Eu queria agradecer ao carinho das pessoas que me mandaram e-mails, telefonaram. Cada palavra de conforto que recebi foi muito importante. É muito bom saber que tenho com quem contar.